Quando foi a última vez que você olhou para a sua marca com olhos realmente críticos?
Não apenas para o logotipo ou o feed nas redes sociais, mas para a essência, o discurso, a forma como ela se apresenta ao mundo.
As marcas, assim como as pessoas, evoluem. Mudam de rumo, amadurecem, trocam de público, ganham (ou perdem) relevância. E, às vezes, tudo isso acontece de forma tão sutil que a gente nem percebe o quanto ficou para trás. É aí que o rebranding deixa de ser uma opção estética e passa a ser uma estratégia necessária.
Rebranding vai muito além de mudar cores ou fontes. É sobre reencontrar o propósito, alinhar posicionamento, repensar a narrativa e, sobretudo, voltar a fazer sentido para quem está do outro lado.
Se você sente que algo já não se encaixa tão bem, talvez este artigo sirva como um espelho. A seguir, listamos 7 sinais de que a sua marca pode estar pedindo por uma transformação. Vamos?
1. A sua marca já não reflete o seu posicionamento atual
A sua empresa cresceu, evoluiu, talvez até tenha mudado de público ou expandido a oferta. Mas a marca… continua contando a mesma história de sempre.
Se a identidade que te trouxe até aqui já não representa quem você é hoje, é hora de alinhar o discurso com a realidade.
Exemplo real: Quando o Facebook virou Meta, foi mais do que uma troca de nome, na verdade foi um reposicionamento estratégico, mirando um futuro onde o metaverso dita as regras do jogo (goste-se ou não da ideia).
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2. O seu público mudou (e você ainda fala com o antigo)
As marcas vivem de relacionamento. Se o seu público envelheceu, se tornou mais digital ou passou a valorizar pautas como sustentabilidade ou inclusão, é necessário rever se a sua marca ainda conversa com ele de forma relevante.
Exemplo: A marca de cosméticos Avon passou por uma transformação visual e de linguagem para se aproximar de um público mais jovem e alinhado com causas sociais. Ela passou por um processo de rebranding para deixar de ser apenas “aquela marca de catálogo” e se tornar uma voz forte em temas como diversidade, autocuidado e empoderamento feminino.
3. A identidade visual está desatualizada
Cores, fontes, formas, símbolos, tudo isso comunica. E se a sua estética não conversa com os tempos atuais, o público vai sentir. Mesmo que não saiba explicar o porquê, vai parecer datado, ultrapassado ou genérico.
Exemplo: Após mais de 14 anos com a mesma identidade, a Pepsi revelou em 2023 um novo logotipo e sistema visual. O motivo? A marca percebeu que o design anterior já não transmitia a energia, ousadia e modernidade que ela queria representar. Além disso, o público nem sempre reconhecia a marca facilmente entre concorrentes nas gôndolas.
4. A sua empresa já não sabe mais como se posicionar
Quando a marca perde clareza, tudo começa a parecer vago. Os textos do site soam genéricos, as campanhas repetem frases feitas, e os diferenciais somem no meio do ruído. Rebranding, aqui, é reencontrar o norte.
Exemplo real: A plataforma Airbnb fez isso há alguns anos: deixou de ser apenas sobre “acomodação mais barata” e passou a falar de “experiências autênticas e pertencimento”. Ela mudou o discurso e isso também faz parte do branding.
5. A concorrência está mais forte (e mais moderna)
Se os concorrentes evoluíram e sua marca continua igual, a percepção de valor pode cair. Rebranding aqui é uma forma de reposicionar a empresa no mercado e recuperar a competitividade.
Basta olhar para o lado: empresas do mesmo segmento já estão mais modernas, mais alinhadas com causas, mais atentas à experiência do consumidor. E se a sua marca parece a única que ficou na década passada… é hora de agir.
Exemplo: A rede de supermercados portuguesa Continente ajustou seu posicionamento para destacar qualidade, sustentabilidade e proximidade, renovando tanto imagem quanto estratégia.
6. Houve uma fusão, aquisição ou expansão internacional
Nesses casos, é comum que a marca precise ser revista para abraçar uma nova realidade, englobar diferentes culturas e evitar sobreposições de identidade.
Em 2022, a fusão entre a WarnerMedia (então propriedade da AT&T) e a Discovery Inc. deu origem à Warner Bros. Discovery, uma gigante global de mídia e entretenimento. Com o casamento de duas marcas fortes, mas com posicionamentos e portfólios diferentes, foi necessário um trabalho cuidadoso de rebranding para unir as culturas, alinhar estratégias e criar uma nova identidade que refletisse o poder combinado das duas.
O desafio era enorme: manter o valor histórico e emocional da marca Warner Bros., que tem mais de 100 anos de legado, ao mesmo tempo em que se integrava à pegada mais factual e lifestyle da Discovery. O resultado foi uma identidade visual e verbal que procura transmitir tanto o peso da tradição quanto a ambição de inovação.
Além disso, o rebranding teve desdobramentos práticos e simbólicos, como a reformulação do serviço de streaming, que passou de HBO Max para simplesmente Max, em uma tentativa de criar uma marca única, mais ampla e mais “neutra” para o consumidor global.
7. Sente orgulho do que construiu. Mas algo te diz que é hora de virar a página
Nem sempre há uma crise. Às vezes, há só um incômodo silencioso, uma vontade de renovar, de abrir espaço para a próxima fase. E tudo bem. Rebranding não precisa ser uma resposta ao problema. Pode ser um convite à evolução.
Rebranding não é sobre apagar o passado
É sobre evoluir com consciência.
Toda marca carrega história. Mas só as que se reinventam com coragem continuam relevantes. Se ao longo deste texto você sentiu que “talvez isso seja sobre a minha marca”… provavelmente é.
E o melhor momento para começar essa transformação pode ser agora.
O rebranding não é uma solução mágica e definitivamente não deve ser feito apenas por estética. Trata-se de uma estratégia que exige análise, pesquisa, escuta activa e, sobretudo, coerência com o que a marca quer ser daqui para frente.
E lembre-se: mudar pode ser desafiador, mas permanecer irrelevante é muito mais arriscado.
Vamos para o próximo passo? O Estúdio Letras mudou e a sua empresa pode mudar também.