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Me mimei: de olho nas tendências de consumo

O final de 2024 trouxe à tona uma tendência que rapidamente se tornou tema central em discussões online: o “me mimei”. Originária de stories da influenciadora Virgínia Fonseca, a expressão começou como uma forma leve e bem-humorada de compartilhar momentos de autocuidado e indulgência pessoal. Conforme destacado pela Capricho, o conceito ganhou força nas redes sociais, transformando-se em memes e debates que extrapolam a esfera individual e tocam questões culturais e sociais mais amplas.

 

O que é uma tendência e por que ela importa?

Antes de entender o impacto do “me mimei”, é importante compreender o conceito de tendência. Segundo a WGSN, tendências não são modismos passageiros, mas reflexos de comportamentos e desejos coletivos. Elas emergem de transformações sociais, econômicas e culturais, oferecendo pistas sobre os caminhos que o mercado e a sociedade podem seguir. As passarelas estão repletas de peças ousadas, mas elas surgem de estudos de comportamento e tendências já manifestadas pela população-alvo, por exemplo.

 

No caso do “me mimei”, temos um exemplo claro de como uma expressão pessoal pode evoluir para algo maior. Inicialmente associada a produtos de luxo, a tendência foi rapidamente abraçada por diversos grupos e classes sociais, que adaptaram o conceito às suas próprias realidades.

 

Reflexo dos tempos modernos

A tendência “me mimei” é um espelho dos tempos em que vivemos. A busca por pequenos prazeres e momentos de bem-estar é uma resposta à pressão de um mundo acelerado, onde o trabalho e as responsabilidades frequentemente consomem grande parte do nosso tempo e energia.

 

Por outro lado, críticas como as levantadas no Papo de Segunda questionam a associação entre o autocuidado e o consumo material. Enquanto alguns se mimam com artigos de luxo de milhares de reais, outros encontram satisfação em um simples pastel de feira, escancarando o abismo social e econômico em que vivemos. Mas para que a reapropriação seja feita a partir do vídeo original da Virgínia é obrigatório assumir que o verdadeiro significado de se mimar está no gesto, e não necessariamente no valor financeiro do ato.

 

Me mimei: um conceito que atravessa classes sociais

A reação ao “me mimei” foi diversa. Além do link anterior onde você vê a repercussão depois do vídeo original, onde outros usuários de redes como Instagram e TikTok replicaram o áudio e a estética de forma divertida, empresas como o Sicoob Credicampo e a Pantynova aderiram à tendência para promover produtos e serviços, variando entre se mimar com bens de valor e a ideia de que o “me mimei” pode ser algo simples, como dormir até mais tarde ou aproveitar um café tranquilo em casa. Essas reinterpretações popularizaram ainda mais a tendência.

 

Como as marcas podem se adaptar a essa tendência?

Para as empresas, o “me mimei” representa uma oportunidade não apenas de vender produtos, mas de se conectar emocionalmente com os consumidores. Aqui estão algumas formas de abraçar a tendência de maneira autêntica:

 

1. Diversifique as narrativas

Marcas podem explorar o conceito de mimos acessíveis e intangíveis, como experiências e momentos de bem-estar. Uma campanha que valorize o tempo de qualidade ou pequenos gestos pode ser tão impactante quanto a promoção de produtos de alto valor.

 

2. Seja inclusivo

Como mostram as críticas à tendência, é importante que as marcas reconheçam as diferentes realidades econômicas e culturais do seu público. Oferecer soluções que atendam a um espectro variado de consumidores é fundamental para evitar a prática de elitismo.

 

3. Adapte-se ao contexto local

Enquanto empresas como o Sicoob adaptaram o “me mimei” ao universo financeiro, marcas de moda como a Pantynova traduziram o conceito em algo leve e acessível, mostrando como diferentes setores podem recontextualizar a tendência.

 

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Um olhar crítico para o futuro

O “me mimei” é mais do que uma tendência de consumo; é um reflexo de uma sociedade em busca de equilíbrio entre trabalho e prazer, luxo e simplicidade. Ao mesmo tempo, a tendência convida à reflexão sobre as desigualdades que permeiam o acesso ao autocuidado, aos bens materiais, ao tempo de qualidade e à satisfação pessoal.

 

Para as marcas, entender e respeitar essas nuances é essencial para criar campanhas autênticas e impactantes. Afinal, o verdadeiro desafio está em transformar tendências em conexões significativas, indo além do consumo e tocando nas experiências que realmente importam para as pessoas.

 

Entenda como as tendências podem transformar sua estratégia de comunicação acessando as análises do WGSN, fazendo buscas pelo Pinterest, acompanhando as trends do Tik Tok e seguindo o Estúdio Letras, para insights sobre o comportamento de consumo e comunicação. Vamos? 

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