Não basta ter um bom produto ou um excelente serviço; é necessário transmitir isso de maneira clara, coerente e, acima de tudo, autêntica. É aí que entra o branding verbal, o coração da comunicação estratégica de uma marca. O nosso artigo de hoje é uma reflexão. Vamos?
A importância da coerência no discurso de marca
Quando falamos sobre branding verbal, estamos falando muito mais do que simplesmente de slogans ou postagens em redes sociais. Estamos nos referindo à maneira como uma marca se comunica em todos os pontos de contato com o seu público. Do atendimento ao cliente até as campanhas de marketing, a comunicação precisa ser consistente e refletir os valores e a essência da marca.
Uma estratégia de comunicação mal alinhada pode criar ruídos que prejudicam a percepção do consumidor. Quando o discurso não está em sintonia com aquilo que a empresa pretende ser, ela corre o risco de se tornar genérica ou, pior ainda, perder a confiança do público. Essa coerência se manifesta principalmente no tom e na voz da marca, que devem ser pensados de acordo com os valores e a personalidade que a empresa deseja transmitir.
Comunicação afetiva: mais conexão, menos robótica
As marcas que realmente se destacam não são aquelas que apenas vendem muito, mas que conseguem se conectar emocionalmente com o seu público. Uma comunicação afetiva tem o poder de criar laços mais profundos, despertando empatia e identificação. Isso envolve um discurso que vai além da funcionalidade dos produtos, tocando nas emoções e nas necessidades intangíveis dos consumidores.
No entanto, com a popularidade crescente de tecnologias como a Inteligência Artificial (IA), nós (aqui no Estúdio Letras) sentimos que as mensagens estão se tornando cada vez mais padronizadas. O uso de IA para gerar textos publicitários ou conteúdos para redes sociais pode trazer eficiência sim, mas também tem seus efeitos colaterais. A comunicação tende a ficar robótica, desprovida de alma e, em muitos casos, repetitiva. A sensação de que “todo mundo está falando a mesma coisa” nunca foi tão forte.
A eficiência da IA em criar conteúdo rápido e em grande volume é inegável, mas a essência do branding verbal não pode ser responsabilidade, unicamente, dos algoritmos. A linguagem tem nuances, e a comunicação verdadeira exige um toque humano. É justamente o que diferencia uma marca que faz marketing com o propósito de uma que apenas tenta atingir metas numéricas.
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Marketing com propósito: alinhando valores e discurso
As marcas que buscam criar um impacto positivo no mundo já entenderam que o marketing com propósito é mais do que uma tendência passageira. Os consumidores, especialmente as novas gerações, valorizam empresas que têm uma visão clara de seu papel social e ambiental, e isso precisa ser comunicado de maneira autêntica.
O desafio é fazer com que essa comunicação seja feita de forma consistente e afetiva, sem ser oportunista. Marcas que se apropriam de causas sociais apenas para ganhar relevância no mercado rapidamente perdem a credibilidade. O discurso de marca precisa refletir seus valores e sua missão, e isso se torna impossível quando a comunicação se torna genérica e automatizada.
Não basta falar sobre sustentabilidade, diversidade ou qualquer outra causa relevante; é preciso transmitir essas mensagens de forma verdadeira, com uma linguagem que ressoe com o público-alvo. Aqui, novamente, entra a importância de um tom de voz bem definido.
O TOM, a VOZ e a personalidade da marca no branding verbal
A voz é imutável e faz parte da personalidade da marca. Já o tom de voz é a forma como falamos e pode variar de acordo com as circunstâncias.
Uma empresa de plano de saúde, por exemplo, pode ter uma voz “segura” e acolhedora. Já o tom de voz, dessa mesma empresa, pode variar de acordo com a mensagem que deseja passar. Pode ter um tom de voz próximo nas redes sociais, em alguns momentos ter um tom otimista ao falar do futuro e ser emotiva ao fazer uma campanha publicitária, por exemplo.
O tom e a voz da marca são reflexos da personalidade de uma empresa e influencia diretamente como o público a percebe. Uma voz amigável, por exemplo, pode fazer com que a marca seja apresentada mais acessível e confiável, enquanto um tom mais formal pode transmitir seriedade e profissionalismo.
A definição do tom e da voz de uma marca não é algo que acontece por acaso. Ela precisa estar diretamente alinhada com os valores e a missão da empresa. Uma marca jovem e inovadora pode adotar uma linguagem descontraída e cheia de gírias, enquanto uma empresa que oferece serviços financeiros provavelmente optará por um discurso mais sóbrio e técnico. Essa coerência é fundamental para construir uma imagem sólida e confiável.
No entanto, o desafio maior não é apenas definir uma personalidade, mas mantê-la de maneira consistente ao longo do tempo, em todas as interações com o público. Uma marca que varia constantemente de estilo de comunicação pode criar uma sensação de incoerência e confusão. E, mais uma vez, a tendência ao uso excessivo de ferramentas de automação pode comprometer essa consistência, resultando em uma voz que parece genérica e sem personalidade.
A comunicação como essência, não como fórmula
A comunicação de uma marca não pode ser apenas funcional e robótica; ela precisa ser envolvente, afetiva e alinhada com o propósito da empresa.
As marcas que apostam em uma comunicação autêntica, que ressoa emocionalmente com seus consumidores, estão um passo à frente. O uso da tecnologia para facilitar a criação de conteúdo é uma realidade sim, mas é essencial que as marcas não se tornem reféns disso.
A nossa sugestão? Use a automação para eficiência, mas mantenha a alma da comunicação por meio da criatividade e da empatia.
Por fim, o sucesso do branding verbal consiste em construir uma voz que seja única, humana e consistente. Afinal, em um mercado saturado de discursos repetitivos, a verdadeira diferenciação está em saber falar de forma que toca as pessoas.
Quer se comunicar com essência? Fale com o Estúdio Letras. Podemos pensar no branding verbal da sua marca juntos.
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